sexta-feira, 20 de abril de 2007

A decisão é pela paz?

foto tirada em 2005, para revista Nuntiare
Matéria sobre solidão


Em outubro os brasileiros irão às urnas para decidir se são contra ou a favor da proibição do comércio de armas e munição no país. Não surpreendentemente, o que se pode ver na mídia são campanhas informando sobre o Referendo, contudo, com uma grande tendência favorável à proibição. Passa-se uma imagem que quem aprova o comércio armas é complacente com a violência.

Os números apresentados pelas entidades que encabeçam a luta pelo desarmamento, baseados nos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), demostram que mais de cinco mil vidas foram salvas, desde o início da campanha que recolheu quase meio milhão de armas de fogo. Esse calculo foi feito a partir do número de homicídios em 2003 e a estimativa para o ano seguinte. A iniciativa do governo consiste em gratificar com dinheiro as pessoas que devolverem os revólveres, pistolas e espingardas que estiverem sob seu poder.

Ainda segundo a ONU e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), cerca de 40 mil pessoas são vítimas de homicídios por arma de fogo no Brasil, todo ano, o que representa uma morte a cada 12 minutos. O país desponta como o campeão nesse tipo de crime, 8% dos assassinatos no globo acontecem aqui. As maiores vítimas são jovem com idade entre 15 e 24 anos. Os óbitos pela violência armada equivalem a 39% entre eles.

Com o Estatuto do Desarmamento, sancionado pelo presidente Lula em dezembro de 2003, um dos pontos principais previsto era o Referendo sobre o comércio de armas de fogo e munição. Semelhante a um plebiscito e a uma eleição com outra qualquer, o Referendo é um instrumento de opinião da população sobre uma lei ou parte dela, que já foi aprovada pelos legisladores. Este será o primeiro desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, entretanto, o Brasil já passou por um plebiscito, em 1993, para decidir entre a forma e o sistema de governo.

As opiniões contrárias se apresentam ainda de forma tímida, como é o caso da classe os taxistas e caminhoneiros, que defendem o porte de arma, acreditando que os assaltos e roubos a esses profissionais irão aumentar, já que os criminosos sabem que eles estão desarmados. Eles pretendem se inserir em um dos pontos da nova lei, que abre exceção para civis que sofrem ameaça de morte. Os donos de estabelecimentos que comercializam essas armas e os fabricantes também formam uma frente contrária a aprovação da lei. Se aprovado pelo Referendo, a lei que proíbe o comércio de armas de fogo deve entrar em vigor na data de publicação do resultado da eleição pelo Superior Tribunal Eleitoral.

O Estatuto do Desarmamento é, sem dúvida, um avanço em um país com o índice tão elevado de violência. Embora as medidas inibidoras da criminalidade também devam passar por questões mais profundas, como a educação nas escolas e lares, a venda de bebidas alcoólicas indiscriminadamente, preconceito racial e a má distribuição de renda, fatores diretamente relacionados à segurança pública. É antes de tudo, importante lembrar que a violência não acontece só através de armas de fogo.

2 comentários:

  1. nossa amei esse blog. Muito legal, li todos os textos e chei muito interessante. As tuas fotos são lindas.... meus parabéns

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