quarta-feira, 29 de julho de 2009

O avesso

Você não me inspira

Nem me deixa mais bonito

Não me faz sentir herói

Ou ver detalhes

Teu nome é igual, é comum

Você me deixa fora do caminho

E me encosta num precipício

Tuas possibilidades entregam minha alma a pesadelos

Tua boca me destrói e rasga minha memória

Esqueço que sou eu e que não és minha

Tuas mãos são finas armas de me confundir

E são essas vestes que cobrem minha vontade

Estou tão perto que sinto tua falsa indiferença

Teus gestos delicadamente nocivos

O veneno mágico do meu fetiche

A fantasia de bruxa, de beleza que te faz real

Você pára o meu mundo

Pára o sentido que tem o vento

O sentido que tem as coisas

Deixa tudo como deve ser... confuso

Você não me inspira

Não me deixa

Você é o não... o nada

O avesso, o início de perder tudo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Arrepios

Hoje ela vem comigo, no meu mundo e dela

E ouço nela o som de frase e suspiro

Agora sou dela... inteiro. Neste exato complexo de ser “nada”

E vejo um exílio sóbrio de noites quentes e lábios

Então me entrego para ser dono e ser doido

Pra sentir arrepios cálidos... pálidos... sólidos

E não chego ao sim...

E não chego ao céu

E não chego a ser dela

todos tem segredos

todos têm fantasias...