
Hoje estive sentado por horas em minha cozinha. Olhei os “azulejos” brancos, cadenciados e bonitos. Um bonsai sobre o microondas amarelado e a louça suja enfeitando a pia. Pela grande janela, sem cortinas, o sol iluminava todo o ambiente e um vento frio entrava sorrateiro pra me tocar.
Pensei em muitas coisas. Senti um perfume gelado de passado. A nostalgia me visitava sem pressa. Quis ter um amigo pra conversar naquele momento. Não era a tristeza, mas um gosto agridoce de saudade e complacência que me fazia sentir solidão.
“Quero me deitar em um campo verde. Sentir o cheiro de manhãs de sábado. O perfume do primeiro dia de férias escolares. A sensação de ser olhado pela menina mais linda do colégio. O gosto estranho do primeiro beijo. O sim.”
Caminhei até a rua e contemplei a imensidão azul, a plenitude respirada em poesias. Olhei para o gramado e para o horizonte plano visto da minha calçada. “Um dia vou tocar as mãos geladas do meu amor e segurá-las com a calma de quem espera a chuva”
Lembrei que vivi todos os meus dias e nada voltará. Não seria o momento próprio para buscar os sabores de arrependimento. “Amanhã , se houver amanhã, a claridade entrará pela grande janela da minha cozinha e continuará... e continuará...
“Não sou santo” (meu caro leitor) Não espere heroísmos. Alguém, certa vez, me disse que jamais havia conhecido qualquer pessoa que fosse tão cruel, mentirosa e desprezível quando a mim. Não espere decência nas minhas palavras ou humanidade nos meus gestos... “não gosto do que não gosto”... adeus
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ResponderExcluirme encanta! adoro ler o que vc escreve!
ResponderExcluirEu te amo
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