terça-feira, 8 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER E CARNAVAL


O dia internacional da mulher é uma data importante, entre outras coisas, para refletirmos sobre acontecimentos da nossa história, como a morte das 146 operárias em uma fábrica dos Estados Unidos em Março de 1911. Luta por reconhecimento, igualdade, melhores condições de trabalho e principalmente pela valorização de uma guerreira que se mostra forte e bela, mesmo na sua fragilidade.

É imprescindível que a sociedade valorize cada indivíduo nas suas diferenças e busque soluções para um mundo que está permeado de injustiças e preconceitos para com as mulheres, os gays, os negros, deficientes e todo aquele que pareça “não igual” aos padrões de “superioridade” incorporados ao longo dos séculos.

Acredito que a questão crucial de uma mudança não é a defesa de bandeiras radicais, “feminismos, machismos, supressão de raças, gêneros ou religiões”, como se uma fosse boa por ser contrária a outra “que é pior”. O mundo precisa colocar as bandeiras no chão e entender que vivemos milhares de anos buscando provar para os que são diferentes de nós, que eles não são tão bons como deveriam ser. (e isso ainda não adiantou).

O dia internacional da mulher, como o dia da consciência negra, dias de inclusão (acssibilidade) ou o dia do ativismo gay e mais tantos outros, só nos mostra como somos impotentes e intolerantes para com nós mesmos e com as nossas mães, filhas, esposas, vizinhos, amigos, professores, funcionários... Enfim, com toda a nossa sociedade. Será que é mesmo preciso eleger dias para todos eles sejam lembrados e respeitados?

A valorização deve partir antes de tudo do nosso próprio íntimo. Não é raro ver mulheres se deixando desvalorizar com exibicionismos bizarros e a constante “bichificação” e “frutificação” feminina. “Cachorras, gatinhas, galinhas, samambaias, mulher morango, melancia, jaca” e mais uma infinidade de “hortifrutigranjeiros” tornam a imagem feminal menos poética a cada nova estação.

Parece simbólico, se não contraditório, o dia internacional da mulher cair exatamente no carnaval. Uma data, particularmente campeã em contaminação das mulheres pelos vírus HIV e outras tantas doenças que maculam a vida de nossas meninas, além de recordes em índices de gravidez não planejadas. A “espetacularização” do corpo feminino e a “prostituição” dessa mesma imagem faz parecer que somos medíocres ou hipócritas em lutar por uma valorização que é diariamente jogada no lixo, pelo “creu”, pelas “fantasias de pena”, pelas “pinturas no corpo”, pelos minúsculos “tapa sexo”.Não obstante, aumentam-se os números de estupros, espancamentos, violências domésticas e sexuais contra crianças.

Tenho verdadeiro fascínio pela alma feminina. Amo minha mãe, minha filha, minhas amigas e (quando me casar) vou amar minha esposa em toda sua essência. Essa admiração se estende a todas as mulheres, mães e esposas que lutam e amam e choram. Que buscam melhorar a sua comunidade, a sua vida e de suas famílias... que mudam o mundo com a gentileza que só elas sabem ter, sem precisar fingir ser qualquer bicho...

3 comentários:

  1. ÓTIMA COLOCAÇÃO. PENSANDO POR ESSE LADO TENHO UMA VISÃO NOVA. O BOM DE LER TEUS TEXTOS É QUE MESMO TEMAS JÁ CONSOLIDADOS TÊM UMA NOVA OPINIÃO. Beijos. Mary

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  2. Ei Julinho, que saudades de ler teus textos. Muito bom vir aqui e ver você colocando tudo que pensa no blog.
    Viviane

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  3. É uma maneira bem atenta e doce de falar da mulher...e isso eu já tinha percebido em você, durante o ano que nos víamos nos feriados.
    Por isso, inclusive, foi bom ter te conhecido, Julio Bandeira.

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