
BOLADONA,
por Julio Bandeira
Na madruga boladona,
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar (2 vezes)
Boladona...
Na madruga boladona,
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar (2 vezes)
Boladona (2 vezes)
Então alguém disse: “Isso é cultura popular”. Não estou discordando, mas é no mínimo contraditório que a mulher, em pleno século XXI e luta pela sua valorização e pela valorização dos seus direitos, se sujeite, a ser taxada de cachorra. Nada contra as cachorras, gatinhas, capivaras, cabritas, girafas e outras fêmeas, mas a cachorra em questão, não estima qualquer valor animal.
Em contrapartida, coloca-se como um objeto sexual, corrompendo não apenas a sua essência, mas também jogando fora as várias décadas de luta contra o machismo e a subserviência da mulher. Enquanto, homem, não é desagradável ver um monte de bunda arrebitada e se mexendo, mas antes disso, sou um ser pensante e definitivamente não me agradam mulheres que pensam com a bunda.
Cultura popular vem do povo, por isso, no sentido etimológico, “Boladona”, pode até ser considerada uma expressão dessa cultura. Contudo, é negável, que algo que macula e deturpa a imagem feminina possa ter outra denominação, senão, desrespeito. O desrespeito começa com o homem chamando a mulher de cachorra e termina no “tapinha não dói”.
Eu ainda amo,
ResponderExcluiramo ler seus textos,ouvir o som da sua voz,sentir seu cheiro depois do banho quente,seu perfume antes de durmrir,seu abraço carinhoso,o calor da intensidade de tudo que vivemos! Eu ainda amo...